1º de abril (I)

O ano de 2019 vai passar à história do Brasil como o ano em que 1º de abril foram os 365 dias do ano. A verdade, aquela qualidade intrínseca que pais, em nome da moral familiar, padres, em nome de Deus Nosso Senhor, e professoras, em nome da boa educação, exigiam de crianças, jovens e adultos, virou uma pu…ha* mambembe de beira de estrada, da qual qualquer um usa e abusa e cospe fora, com evidente desprezo.

É claro que a mentira como ferramenta de poder sobre os gentios é usada desde que uma serpente pediu a Eva que mordesse uma maçã. Mas sempre houve contraponto… mesmo que safado, tanto que Deus não enfrentou o Diabo e culpou Eva, expulsando-a e seu homem do Paraíso ! Hoje, não! Hoje, especialmente no Brasil, desde que as redes sociais se tornaram o principal meio de informação de um povo geneticamente crédulo e politicamente analfabeto, não há contrapontos possíveis. Quando há, a mentira já se tornou verdade para centenas, milhares, milhões de pessoas.

É claro, também, que os meios de comunicação sempre contribuíram, em defesa de seus próprios interesses, para que mentiras se tornassem verdades e, mesmo quando comprovadamente falsas, permanecessem vagando pelo ar, uma eterna dúvida para leitores, ouvintes e telespectadores, vez que o desmentido nunca era mancheteado como a mentira original.

Nas redes sociais, o contragolpe é mais difícil ainda: a fake news, um anglicismo de encomenda pra enganar otários, principalmente religiosos (que creem que mentira é pecado), pois dá um ar esnobe e banaliza este “pecadilho” , é postada e imediatamente repetida para dezenas, centenas ou milhares de participantes de grupos de familiares, de amigos e de colegas de trabalho, escola ou profissão. Além disso, quando você lê ou vê aquela fake news, já há várias outras mensagens, fake news ou não, postadas em seu grupo, impedindo o contraponto imediato, que, se feito, só atingirá quem repassou pra você. Com um agravante: muitas vezes, o repassador é um robô.

Vou dar um exemplo objetivo: numa madrugada sem sono, zapeando pelo celular, recebi uma mensagem de um grupo de ex-colegas de trabalho. Era um belo vídeo da maior ponte ferroviária da América do Sul, enviado com a seguinte mensagem: “A maior ponte ferroviária da América Latina, construída em 11 meses do governo Bolsonaro. Alguém viu isso na mídia? Tremenda covardia. Vamos divulgar, galera!

Como seria óbvio, eu estranhei o tempo de construção: 11 meses! E precisava tirar a dúvida. De manhãzinha, entrei no Google, algo simples que qualquer pessoa que disponha de um celular e participe de redes sociais pode fazer , se não for imbecil ou mal intencionado. E lá estava o óbvio ululante: a mensagem era uma mentira deslavada que, pela volume de disseminação alcançado, certamente foi produzida por grupo bolsominion e difundida por robôs contratados (com dinheiro público, conforme denúncia da ex-bolsonária Joyce Hasselmann?)

A verdade é que a ponte começou a ser construída pela Valec em 2014, governo Dilma, sobre o Velho Chico, entre as cidades baianas de Serra do Ramalho e Bom Jesus da Lapa, e foi concluída em julho de 2019, ou seja: dos 05 anos de construção, o governo do Mito foi responsável por apenas 06 meses, provavelmente os retoques finais de acabamento de uma obra realmente monumental e a festa de inauguração… (continua amanhã)

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