Eco chatear vai ser preciso (III)

– na redução fiscalizatória, por exemplo, foi absurdamente nociva a decisão de impedir que máquinas e veículos pesados envolvidos em infrações ambientais sejam destruídos quando descobertos em operações ilegais de desmatamento em florestas e ambientes de preservação ambiental; os proprietários, simplesmente, recolhem-nas e levam para outras áreas, continuando a destruição;

– a desordem institucional no setor, em um semestre, foi objetivamente proposital: o novo ministro acabou com a Secretaria de Mudanças Climáticas (como disse o filho 03, aquecimento global é coisa de comunista), a Agência Nacional de Águas foi do Meio Ambiente para o Desenvolvimento Regional e o Serviço Florestal Brasileiro, gestor das florestas nacionais e responsável pelo CAR (Cadastro Ambiental Rural) foi transferido para o Ministério da Agricultura, entregando-se sua direção a um dos mais ativos ruralistas do país (ex-deputado Waldir Collato);

– a última estupidez do Mito, imediatamente aplaudida pelo seu ministro do Meio Ambiente, foi empombar com o Fundo Amazônia, que atua desde 2008 com o objetivo básico de captar recursos para projetos em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoção da conservação e uso sustentável no bioma amazônico; o Fundo já recebeu mais de R$ 3,4 bilhões em doações (principalmente da Noruega e da Alemanha), R$1,8 bilhão dos quais já aplicados no  apoio a 103 projetos dos governos estaduais e da sociedade civil para proteger a floresta, e outros R$776 milhões já com uma destinação definida;

– no caso deste Fundo, sua continuidade está ameaçada (incluindo a aplicação de R$1,5 bilhão ainda disponível) porque a ‘sumidade ambiental’ que é o ministro bolsonarista Ricardo Salles, agarrada ao saco do patrão, quer destinar parte destes recursos disponíveis para indenizar proprietários rurais que foram desapropriados por que ‘suas terras’ estavam dentro de unidades de conservação, o que fere o Código Florestal Brasileiro desde que ele foi criado, em 1934.

Voltando ao meu cantinho à ‘beira mata’… Quem nasceu urbano como eu, acha que abelhas e marimbondos só existem para encher o saco, picando a gente quando a gente passeia pelo campo. Quem nasceu urbano como eu, mesmo tendo sangue rural, só começa a perceber o que realmente significa aquela história de equilíbrio vital da natureza, algo a que muita gente não dá qualquer importância, quando sente que suas frondosas e imponentes mangueiras passam todo um ano dando apenas sombras, sem quaisquer manguinhas, por ínfimas que sejam, a atrair um bando de maritacas a zoar pelo quintal…

Tenho dúvidas bem fundadas se o entorno do Mito (é possível que haja vida inteligente neste governo… sempre há! Até no do Temer tinha!) vai compreender que a continuidade de sua política ambiental será um desastre monumental para o país e, claro, para toda a humanidade.

Mais enriquecimento da elite brasileira pode ser conquistado, também, com o desenvolvimento sustentável de nossas riquezas naturais, enriquecendo, junto, nosso povo. E não é só o nióbio que faz parte destas riquezas não! (bem como, apesar dos milhões de brasileiros hoje bancando os camelôs em esquinas e rodovias, nosso destino não é vender bijuterias de nióbio ou de qualquer outra coisa nas esquinas e praças do mundo).

Indubitavelmente, certeza mesmo, só tenho uma: o país ganhou mais um ecochato!

 

 

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