Eco chatear vai ser preciso (II)

Neste ano que passou, porém, acho que minha neutralidade precisa ser mudada. Praticamente, com as exceções de praxe, não houve produção de frutas na região. Eu tenho umas nove mangueiras em meu recanto, que produzem boas mangas num ano e mangas ruins no outro… este ano, que seria de boas mangas, elas não produziram nada…! Assim como as goiabeiras, as jabuticabeiras, a amoreira, as pitangueiras, as mexeriqueiras, os limoeiros… nem graviolas eu consegui colher!

Fui tentar descobrir porque e me deparo com uma campanha pela preservação das abelhas. Segundo esta campanha, as abelhas, que são responsáveis pela polinização, estão sendo dizimadas pelos produtos químicos usados nas plantações dos grandes produtores rurais de milho, soja, arroz, trigo… aquela tchurma que manda no Congresso e consegue isenção tributária até na reforma previdenciária.

Daí descubro que “o Brasil é o líder mundial no consumo de agrotóxicos, com 7,3 litros por ano para cada um dos habitantes do país. E o número de venenos no prato dos brasileiros têm aumentado consideravelmente nos últimos três anos. Enquanto em 2015 foram aprovados 139 agrotóxicos no país, em 2018, esse número mais que triplicou, saltando para 450. Já em 2019, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sob o comando de Tereza Cristina, aprovou o uso de 121 produtos elaborados com agrotóxicos nos dois primeiros meses de governo.”

Ou seja: em apenas 03 anos, o Brasil sofreu um retrocesso inescrupuloso nas políticas de preservação ambiental que vinha adotando nos 20 anos anteriores, um retrocesso que ameaça se tornar mais violento ainda com as absurdas declarações do atual presidente em relação ao tema, sempre acompanhadas de ações que indicam a preocupação do governo apenas em abrir espaço para os grandes produtores rurais, grandes criadores e madeireiras e mineradoras.

Como nós, brasileiros, temos memória curta, relembro aqui alguns atos e atitudes da corja bolsonarista desde que o Mito foi eleito por 57 milhões de votos:

– antes até da posse, o próprio Bolsonaro afirmou que iria fechar o Ministério do Meio Ambiente, transferindo suas operações para o da Agricultura, cogitou sair do Acordo de Paris (imitando o presidente Trump), disse que ia acabar com a ‘indústria de multas’ do IBAMA e declarou sua profunda desconfiança das ONG’s que atuam na Amazônia;

– empossado, manteve o Ministério, mas reduziu seus poderes, amaciou muitas regras de fiscalização das áreas de preservação ambiental e não saiu (ainda) do Acordo de Paris, apesar de continuar afirmando que o Acordo ‘fere a soberania do país’, e que não há obrigatoriedade do Brasil em cumpri-lo na totalidade; (termina amanhã)

 

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