“Repulsa” seletiva

“Repulsa” seletiva

O ministro Celso de Mello, indignou-se com a crítica do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feita particularmente, mas flagrada por um grampo, afirmando que a Corte estava “acovardada”. O decano (mais antigo ministro) do STF, pediu a palavra logo no início da sessão desta quinta-feira, dia 17/03, e disse que o ex-presidente “insultou o Poder Judiciário”.
– Foi uma reação torpe e indigna, típica de mentes autocráticas e arrogantes — classificou o ministro, dizendo que a manifestação merece “repulsa”.
São interessantes estas atitudes de altas autoridades desta República, principalmente pela seletividade que elas apresentam.
Em 18/12/2015, um colega do decano, ministro Gilmar Mendes, deu uma entrevista à Rádio Jovem Pan nos seguintes termos:
– “Lembra que eu tinha falado do risco de cooptação da Corte? Eu acho que nesse caso (definição do rito do impeachment pela corte suprema) isso ocorreu. (…) É claro que há todo um projeto de bolivarização da Corte. É evidente que assim como se opera em outros ramos do Estado, também se pretende fazer isso no tribunal e, infelizmente, ontem (quinta) nós demos mostras disso (…) O tribunal acabou chancelando uma política fisiológica”.
O ilustre decano do STF não ficou indignado ou, se ficou, não aproveitou a sessão seguinte do Supremo para externar sua “repulsa”. Acovardou-se?

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