É Natal

No ano 0, nasceu Jesus.

1940 anos depois, as chamadas nações  desenvolvidas eram dominadas por vários e beligerantes regimes de governo: o nazismo imperava na Alemanha, o fascismo na Itália, o comunismo na União Soviética e na China, a monarquia, parlamentar na Grã-Bretanha, e militarista no Japão, e a democracia presidencialista na França e nos Estados Unidos. Países periféricos como o Brasil viviam suas ditaduras particulares. E estavam em guerra: humanos prendendo, torturando e dizimando  humanos… homens, mulheres, velhos e crianças!

Neste ano, Charles Chaplin, Carlitos, produziu, dirigiu e protagonizou seu primeiro filme falado,  “O grande ditador”, onde ele é um simples barbeiro transformado em soldado alemão e que, depois de ver o horror da guerra, tenta fugir dela, mas é confundido com Hitler, tendo que fazer um discurso para seus soldados.

Eu assisti o filme há muitos e muitos anos e, assim como muitos jovens da minha geração, as palavras de Chaplin/Carlitos embalaram meus sonhos de igualdade, fraternidade, humanidade pelos 50 anos seguintes, até hoje. Algumas vezes achei que enfim, o mundo ou o Brasil apenas escutara suas palavras, mas os homens, vira e mexe, gostam de brincar de deuses e acham que serem humanos é muito pouco para sua inteligência, sua capacidade de se reinventar, sua capacidade de amar a si e a outros seres humanos.

Isto me lembra que hoje é Natal.

2.018 anos atrás nascia, numa manjedoura, o revolucionário que pregava  igualdade, fraternidade, humanidade, além de humildade, amor e fé em um Deus único. E os humanos, muitas vezes em seu nome, dizendo que o vêm em goiabeira ou construindo muros para cercarem outros humanos ou jogando bombas que destroem tudo e todos, continuam brincando de ser deuses.

Que pelo menos cada família, (re)unida no Natal de hoje, consiga se lembrar que o amor é a essência da vida e livre-se do ódio que ameaça a todos de novo… E se não consegue perdoar, releve os erros dos outros, se não concorda com as opções, políticas, religiosas, sexuais dos outros, aceite o fato de que a diversidade é uma das qualidades que torna um ser… humano, e reflita como é emocionante e gratificante  para a humanidade contar com seres humanos como Carlitos e Jesus Cristo.

É o voto deste autor a todos os leitores deste blog.

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