Quem diria? ainda se faz Jornalismo no Brasil: leituras (e vídeos) que acho importantes
Que me xinguem analistas e comentaristas, mas conhecimento é fundamental!
Ziraldo: “Todos os canalhas foram crianças infelizes.”
1 – Minha consciência de brasilidade nasceu nas páginas do O Cruzeiro, a principal revista brasileira na minha infância/puberdade. Ela publicava A Turma do Pererê, personagens criados por Ziraldo, que se contrapunha ao Donald e à Luluzinha, que dominavam o mercado então.
– Em 1960, a turma virou uma revista, que foi proibida pela ditadura em 1964. Seu criador, mineiro, mais um ícone que influenciou minha geração, morreu ontem, aos 91 anos. Deus está feliz.
2 – Heloísa Vilela foi correspondente da Globo em Nova York por 17 anos, e da Record em Washington por 13 anos. De volta ao Brasil, é comentarista política do ICL, no YouTube. Era e continua sendo uma Jornalista digna da profissão. Como tal, expressa a própria opinião, não a dos patrões.
– Neste comentário, ela fala da impropriedade da expressão usada pelo supremo Gilmar Mendes para nomear Moro e Dallagnol. Na mosca!
3 – Em frente ao Superior Tribunal de Justiça, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, há uma estátua da Justiça. De olhos vendados e uma espada no colo, para lembrar que ela é cega e justa. O que não significa que os juízes sejam… Como é o caso da juíza do TJ/SP…
-…que recusou o pedido de prisão do “playboy do Porshe” que, bêbado e em alta velocidade, matou um motorista de Uber em São Paulo. Em 2022, ela mandou prender um jovem de 21 anos pego ao tentar roubar 01 litro de conhaque, 02 vodcas e 02 desodorantes num supermercado.
– A estátua estava sem a venda neste dia…
4 – A política de segurança implementada pelo governador Tarcísio em São Paulo tem apoio de boa parte das classes alta e média. A parte da alta porque gosta do respeito que lhe dedica a Polícia Militar, e a parte da baixa porque bandido é bandido e merece apanhar e morrer.
5 – O jogo é antigo na política brasileira, vem desde a aprovação da reeleição para os cargos do Executivo. O governante quer permanecer no cargo e faz dois movimentos paralelos. De um lado, executa ações e obras com apelo eleitoral no último ano de governo e,…
-…de outro, beneficia amigos e financiadores com contratos superfaturados. Sendo reeleito, não há investigações sobre a mutretagem… se não, estará com o futuro assegurado, mesmo que for acusado de qualquer coisa.
6 – Ainda sobre a política de segurança de São Paulo. Apesar da elite ser bem tratada pelos policiais, parte dela não gosta deles… Em condomínios fechados, que contrata segurança particular, os proprietários se irritam quando algum policial do Estado aparece.
– Evidentemente, os “merdas” não reagem… escutam calados e não agem. Já nas periferias, o tratamento é mais condizente com o ensinado na academia. A propósito, coitada da filhinha deste condômino… está tendo uma educação primorosa!
7 – As CPI’s, sejam mistas, nas Câmaras ou no Senado, são bastante apreciadas por parlamentares e pela grande imprensa. Os primeiros aparecem bastante, o que é muito bom eleitoralmente, e a segunda aumenta a audiência, o que é ótimo financeiramente.
– Mas há riscos, tanto que algumas CPI’s são executadas quase que secretamente. É o caso da CPI da Braskem no Senado… alguém sabe que ela está acontecendo? Será porque a Brasken é muito poderosa ou porque os prejuízos que ela causou atingem só o povo pobre de Maceió?
8 – Eu não tenho o direito de contestar a crença de ninguém, seja do terrorista que, envolto em bombas, se explode num mercado com a certeza de encontrar 07 virgens, seja a mãe que não permite uma transfusão de sangue que poderia salvar a vida de seu filho.
– Cada um é livre pra acreditar e ter fé em seu Deus. Mas, a partir do desabafo desta mulher, a gente fica sabendo porque a direita no geral e fascistas e neo pentecostalistas lutam tanto pra liberar a educação em casa, sob responsabilidade exclusiva dos pais.
– É que nas escolas, mesmo humildes e sem estrutura de periferias e áreas rurais, se transmite conhecimento, ampliando corações e mentes.
9 – Então a polícia do governo Noboa invade a embaixada do México, contra todas as regras diplomáticas aceitas pelos países civilizados, para capturar um político que recebera asilo do governo mexicano. Que não titubeou: cortou relações com o Equador.
– O México foi muito radical, afiançam analistas internacionais. A embaixada húngara no Brasil teve que dar cama e comida a um golpista e ladrão de jóias por 02 dias (o travesseiro ele levou) e não fez qualquer reclamação ao governo brasileiro…
10 – A História é implacável. Mesmo que a mentira seja contada e repetida mil vezes, a verdade sempre aparece, leve-se o tempo que for. Muitos jovens de hoje acham que o regime dos generais foi um tipo de governo que era um pouco mais duro, que combatia a corrupção…
-…e o comunismo pagão que existia em Cuba. Estas eram as desculpas que atraiam o apoio das classes média e alta. Por baixo disto estavam os interesses econômicos de bancos, indústrias e multinacionais. Que, aliás, também apoiaram a tentativa de golpe bolsonarista.
11 – A Polícia Civil de Campo Grande/MS está bem à frente do tempo, certamente em consonância com os avanços tecnológicos propiciados pela Inteligência Artificial. Vejam que houve um acidente provocado por um Porsche Cayenne de R$1,2 milhão em alta velocidade.
– O motorista fugiu ao flagrante, deixando morto um entregador de aplicativo. Posteriormente, o fugitivo se apresentou numa delegacia e a polícia o liberou após prestar depoimento, mas prendeu o Porsche assassino…
12 –Comecei minha vida de jornalista como repórter de polícia – era a tradição. E não durei muito: eu acreditava no que mocinhos e bandidos me contavam. Mas escrevia bem e virei editor. E descobri que as notícias também eram relativas. Havia os fatos… e havia o que era publicável.
– As redes, com todos os seus defeitos, estão substituindo a imprensa tradicional. O que torna mais fácil conhecer e entender como os fatos ocorreram realmente para quem está interessado em saber a verdade. Difícil é fazer as pessoas se interessarem pela verdade dos fatos.