(meus pitacos quase diários (31/12/2022)

Publicado em: Autor: LeonardoDeixe um comentário

Que me xinguem os bolsotários (e como xingam!), mas cultura é fundamental!

Pelé: https://youtu.be/G61Q19K9vnU

Ainda se faz Jornalismo no Brasil: leituras (e vídeos) que acho importantes):

https://jornalggn.com.br/politica/nao-e-ingratidao-e-o-sistema-e-a-realpolitik-por-luis-nassif/

 

1 – A rua Tupinambás, em Beagá, era de paralelepípedos e tinha árvores e um único prédio, onde eu morava. Do 9º andar, vi os prédios comerciais serem construídos e a cidade se expandir. E ônibus descerem pela rua, de onde saía gente vinda das periferias.

– E vi as crianças de rua correndo por ela, assaltando ou pedindo esmolas de dia e dormindo nas escadas dos prédios ou escondidas nos estacionamentos lá instalados. Em 1975 me mudei pra Brasília, mas voltava pra passar as festas de fim de ano com meus pais.

– E do 9º andar, via que não havia Natal ou Ano Novo pras crianças de rua da rua Tupinambás… assaltos e pedidos de esmola de dia e a dormida de noite, emboladas pelos cantos. Que país é este que muda tanto em 50 anos e não muda a vida de sua gente?

2 – Quem patrocinou os incêncios e o desmatamento da Amazônia foram, basicamente, ruralistas e pecuaristas, os mesmos que financiaram bloqueios, acampamentos e a campanha do MitÔ. A grande imprensa denunciou isto de forma sutil, com medo de secar suas fontes de recursos.

– Então, dividiu-os em dois tipos: os agro modernos e os agro trogloditas, culpando apenas os segundos e rendendo homenagens aos primeiros, responsáveis maiores por garantir o crescimento, mesmo pequeno, do Brasil. Daí, a validade da pergunta:

– Ora… se o agro alimenta bilhões de pessoas, porque não alimenta aqui?

3 – Enfim, confirmou-se a nebulosa história de um presidente que não quis sê-lo, até pra passar a faixa pro seu sucessor. Ele viajou pra Flórida pra descansar de 04 anos em que não trabalhou dia nenhum. Os motivos da presumível fuga antes do fim do mandato são muitos…

– Mas eu acho que o verdadeiro é este: as passagens em avião de carreira pra Orlando em época de férias são caríssimas… pra que gastar dinheiro próprio se se tem o avião presidencial, né mesm…? Tanto é que não comprou passagem de volta. Uma dúvida: Braga Neto viajou também?

4 – A cada vídeo patriótico postado nas redes, mais preocupado fico com o nível de imbecilidade que atingiu boa parte da classe média. A jovem senhora que se espanta com o médium que, sem conhecê-la, lhe falou no MitÔ, sabe quem foi Pedro I realmente?

– É com ele que ela compara o MitÔ? Ela sabe que Independência ou Morte! Foi berrado às margens do Ipiranga, depois que Pedro I parou lá pra dar uma cagada? E vindo de Santos, onde passara umas noites com a amante? E ela acha que isto é o padrão Deus, Pátria e Família?

5 – A live de despedida do MitÔ está sendo muito criticada. Além da repetição da mentirada que falou em todas as suas lives passadas, insistiu na tal falácia de que sempre respeitou as 04 linhas da Constituição e lembrou sua grande obra: mais uma escola militar em São Paulo!

– Ah! e fez questão de ressaltar a qualidade de seus ministros, se comparado com os anteriores e com os novos, anunciados por Lula. E eu fiquei pensando neles: Ernesto Araújo, Moro, Onix Lorenzoni, Weintraub, Milton Ribeiro, Damares… Realmente! O supra sumo da mediocridade!

– Mas, claro!, a régua dele é a medida dele…

6 – Vocês já imaginaram o trabalho que vai ser botar um pouco de bom senso na cabeça dos patriotas? Ensinar que o Art. 142 não dá direito dos milicos intervirem e assumirem o poder? Que ser patriota não é se enrolar na bandeira nacional e cantar ‘Marcha soldado, cabeça de papel…’

– E ensinar que intervenção militar não rima com liberdade? Ou que viver numa democracia não dá direito a ninguém de botar fogo em ônibus ou tentar explodir aeroporto? Que xingar a mãe dos “inimigos” pelas redes sociais não tem nada a ver com liberdade?

7 – Pomposos analistas políticos costumam dizer que o Brasil não é para amadores. E acham que isto justifica toda e qualquer pu…ia* que autoridades e pessoas de bem fazem, mesmo que atropelem o bom senso e a responsabilidade individual. É o caso do general Mourão.

– Com a fuga do MitÔ, ele assume, legalmente, a Presidência e, por isso, convoca rede nacional de tevê prum pronunciamento presidencial. Mas se recusa a entregar a faixa ao eleito presidente Lula, uma tradição, alegando que seu mandato termina dia 31/12.

– Não é necessário um especialista pra entender que o Brasil, na realidade , não é sério!

8 – Nos tempos de faculdade eu já dizia que a imprensa também era responsável pelo analfabetismo político do país. Com a popularização da Internet e a proliferação de grupos nas redes sociais, achei que a troca de informações tornaria as pessoas mais atentas à vida fora do próprio umbigo.

– Por enquanto isto não aconteceu como eu gostaria. Porque o poder adora censura… Os patriotas, por exemplo… Não instalaram tevê ou rádio nos acampamentos? Só lhes é dado a conhecer o que é transmitido pelas redes próprias? Não souberam que o meio mastro é pela morte de Pelé?

9 – A grande imprensa precisa decidir: ou Lula vai governar com viés de esquerda, contrariando o Mercado, ou se compôs com a política tradicional, beneficiando o Centrão. O que não dá é ela dizer um dia que a Frente Ampla foi esquecida, e noutro, criticar posturas dos escolhidos.

– Na mesma linha, a questão da diversidade: desceram o cacete quando os primeiros escolhidos eram homens maduros e brancos e se calaram após as indicações seguintes, com mulheres, negros e indígenas. E nada falaram até agora sobre a presença de um transexual…

10 – Infelizmente, o final da tragédia bolsonária não foi tão emocionante como o de Casablanca, com Humphrey Bogart, o durão, mandando seu amor embora junto com o marido. Mas, em homenagem à dona Michelle que, segundo os cronistas, resolveu viajar junto com o MitÔ…

-…que a Disneyword seja uma boa distração enquanto Allan dos Santos, Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo buscam algum esconderijo pra abrigar o casal. Pra embalar os corações estremecidos, sugiro tomarem um vinho californiano ao som de ‘As Time Goes By…’

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