A grande farsa (I)

Charles Chaplin, um gênio inglês, que se mudou para os Estados Unidos para fazer filmes ainda mudos, é um mito verdadeiro, mas não muito conhecido pelas novas gerações. Seu primeiro filme falado, The Great Dictator, lançado em 1940, é uma fantástica comédia dramática onde o personagem criado por ele, Carlitos, no filme um simples barbeiro, é confundido com Hitler. O filme, em preto e branco, é um libelo contra as ditaduras, e seu final, que abre este texto, é um grito contra o nazi-fascismo que tentava dominar o mundo então (Hitler virou chanceler da Aleanha e 1933 e a Segunda Guerra começou 06 anos depois).

Em 80 anos, os seres humanos não aprenderam  p…a* nenhuma do que seja liberdade e democracia… Ao contrário. Cada país com pretensões de dominação desenvolveu armas poderosas para confrontar seus “inimigos”, como se seres humanos que falam russo não são exatamente iguais a seres humanos que falam inglês, ou seres humanos que professam o judaísmo não são exatamente iguais a seres humanos que professam o islamismo… todos têm cérebro, todos têm fome, todos transam! E a imensa maioria quer e tenta viver em paz e com dignidade!

Nestes 80 anos, um país continental e pujante de riquezas naturais como o Brasil, em meio a um mundo destroçado por duas guerras mundiais, não conseguiu sair de seu histórico subdesenvolvimento econômico, político  e humano… Ao contrário: a cada tentativa, quem tinha mando e dinheiro dá um jeito de frear a ansiedade difusa da população e, através de Marchas com Deus pela Liberdade e contra o Comunismo, ou de Lava Jatos contra a corrupção, encampa a vontade do povo, levando-o a agir em benefício dele, o poder.

As Marchas com Deus resultaram em 21 anos de ditadura, quando defensores da liberdade e jovens conscientes e inconformados foram torturados ou mortos, e a Lava Jato resultou em milhões de desempregados de indústrias, empreiteiras e médias e pequenas empresas que, direta ou indiretamente, forneciam insumos para a Petrobras e abriam espaço em países menos desenvolvidos, da América do Sul e da África, para produtos e tecnologias brasileiras.

De repente, não mais que de repente, um site internacional, com sucursal no Brasil comandada por um homessexual norte-americano, ganhador do maior prêmio da Imprensa no mundo (o Pullitzer), começa a publicar os podres da Lava Jato… E parte dos 57 milhões de brasileiros que elegeram o Mito, grande parte por acreditar na Lava Jato, descobre que seus membros, juiz, procuradores e policiais, na verdade, influenciaram o processo eleitoral, de modo a beneficiar o candidato eleito.

A elite política e econômica, a princípio, tenta desmoralizar o site. Ela sabe que a homofobia ainda é bem forte no país e prefere investir no homossexualismo de Greenwald, o editor do The Intercept Brasil, a aceitar a realidade dos diálogos anti democráticos e comprometedores entre juiz e procuradores da Lava Jato. Até que tais diálogos alcançam a mais alta Corte do país… Um procurador da República acusando um ex-presidente popular pode! Um procuradorzinho de meia tijeta tentando investigar um supremo ministro da Suprema Corte é inconcebível…!!! Uma ofensa contra as instituições! Um crime contra as democracia e a Pátira…!

Minha geração já passou por isto. Lutou e venceu a ditadura, mas não soube preparar as gerações seguintes para evitar novas investidas dos poderes econômico e político. Zapeando pelas redes sociais, me espanta a quantidade de jovens de classe média média e baixa (os de classe alta preferem curtir Miami) que consideram regimes fortes, ditatoriais, como solução dos seus problemas individuais. O carinha vai para o Facebook ou Whats’App ou Instagran e diz, com todas as letras, que “eu quero um regime de força, porque a democracia e a liberdade são coisas estuúpidas, enganações comunistas que atrapalham o desenvolvimento do país e, claro, meu enriquecimento pessoal. (continua amahã)

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