As redes

Numa das redes sociais que eu participo, a troca de posts contra e a favor do governo, do PT e, principalmente, Lula, tem sido intensa. Normalmente, são posts em forma de charges que correm pelas redes, transmitidos ad-nauseam. Há um, por exemplo, que fala dos bens do Lulinha, que eu já recebi umas 20 vezes desde o ano passado. E há aqueles que ofendem, ou porque criar e repassar tais posts faz parte de uma campanha de insuflação dos ânimos, muito bem orquestrada por interesses escusos, ou porque faltam argumentos ao participante que os repassa, para contestar seu adversário na rede. De qualquer modo, como jornalista da velha guarda – de quando não havia redes sociais e apenas a imprensa transmitia as opiniões em curso – eu aprendi a gostar muito destas redes, porque elas são, basicamente, democráticas, permitindo que toda e qualquer pessoa externe seu ponto de vista, discuta suas divergências e, até, troque farpas com outro participante, cada um defendendo seu lado.
Mas, há um limite nesta convivência digital: o respeito entre os participantes. Quando alguém baixa o nível e não é contestado, o grupo deixa de ter razão de existir. Na situação que o país vive hoje, de intenso belicismo entre grupos de poder, onde se rivalizam tanto a fraqueza política do governo, quanto a ambição destemperada da oposição, muitos participantes das redes sociais perdem o sentido do respeito e civilidade que deve prevalecer na convivência com seus semelhantes, mesmo adversários de idéias políticas e concepções de vida.
É uma pena! O homem ainda não descobriu melhor forma de convivência social do que a democracia. E é ela que vai para o ralo quando até amigos fraternos e parentes começam a se odiar via redes sociais.

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