O jogo foi lançado em  julho deste ano e se tornou uma febre mundial, com mais de 75 milhões de pessoas baixando-o em seu smart phone. E é um simples jogo eletrônico, que usa GPS  e câmara para permitir que os jogadores capturem e trinem para lutar criaturas virtuais, chamadas Pokémon, que surgem nas telas dos celulares ou outros dispositivos como se fossem no mundo real.

Confesso que não é o tipo de jogo que me interessa, mas me lembrei dele na hora em que li a notícia dando conta de que a força-tarefa da Lava Jato, chefiada pelo impoluto juiz Sérgio Moro, não consegue intimar Cláudia Cruz, mulher do renunciado presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha.

O midiático grupo de policiais  e procuradores federais que, sob a toga do juiz paranaense , se apresenta periodicamente à grande imprensa para fazer balanços precisos de suas operações para limpar o Brasil da praga da corrupção, não consegue localizar a bela loura de olhos azuis arregalados em nenhum dos endereços residenciais do ainda deputado suspenso, constantemente fotografado ou filmado em qualquer um deles, em Brasília ou no Rio de Janeiro.

Candidamente, o grande herói dos golpistas brasileiros, ofuscante em sua engomada camisa preta, declarou que “há dificuldades para intimação pessoal da acusada Cláudia Cordeiro Cruz. O endereço disponível nos autos informado pela defesa, era o endereço da Presidência da Câmara, não mais ocupada pelo marido da acusada”.

Até parece uma das muitas piadinhas espalhadas nas redes sociais, relativas ao Pokémon GO: o marido entra de supetão no quarto, gritando ‘Te peguei, seu desgraçado…’, passa pelo amante pelado da mulher sem vê-lo e continua atrás da figurinha virtual de seu celular! Só que não localizar a jornalista acusada não é piadinha… É um tapa na cara da gente, que fazem o juiz, a força-tarefa e a grande imprensa brasileira.

 

* Pode-se dizer a maior besteira, mas se for dita em latim muitos concordarão. (Stanislaw Ponte Preta)